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08.01.2009

Centro Acadêmico

  José Márcio Soares Leite*


       Nos últimos anos, a par das atividades de ensino ou do trabalho como médico na área da saúde pública, venho participando intensamente das atividades acadêmicas do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, da Academia Maranhense de Medicina, da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências e da Academia Maranhense de Ciências.
      De quando em vez sou abordado por colegas ou amigos que, curiosos, questionam: O que vocês fazem na Academia?  Qual o papel das Academias? Em resposta, digo-lhes que todas as semanas nos reunimos nas Academias, onde há sempre um tema de natureza científico-cultural ou mesmo de interesse geral da sociedade maranhense e brasileira a ser discutido, analisado, debatido, a fim de buscarmos o consenso sobre o assunto em pauta. As Academias têm, portanto, um papel fundamental na manutenção e preservação dos valores culturais, educacionais, científicos, religiosos, étnicos, ecológicos, ambientais, buscando sempre manter vivos esses valores em nosso meio.
       A Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências, por exemplo, que acaba de completar três anos, já suscitou em suas hostes a publicação de 20 livros, relatando inclusive muitos aspectos da história da cidade de Pinheiro, como “Pinheiro em Foco” (Aymoré Alvim, 2006) ou resgatando trabalhos, organizando-os e publicando-os como o fez José Jorge Leite Soares, com as obras “Quadros da Vida Pinheirense” (Jerônimo Viveiros, 2007) e “Coisas de Antanho” (Josias Abreu, 2006). 
       Existem hoje, no Maranhão, segundo o Dr. Lino Moreira, Presidente da Academia Maranhense de Letras: “22 Academias de Letras: Imperatrizense de Letras; Açailandense de Letras; Sambentuense de Letras Historia e Ecologia; da Região Integrada de Pastos Bons; Bacabalense de Letras; Pedreirense de Letras; Arariense-Vitoriense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas; Barreirinhense de Letras; Grajauense de Letras; Maranhense de Medicina; Pinheirense de Letras, Artes e Ciências; Vianense de Letras; Anajatubense de Letras; Caxiense de Letras; Brejense de Artes e Letras; Barra-Cordense de Letras; Cururupuense de Letras; Letras, Ciência e Ecologia do Leste Maranhense (sede em Timon); Maçônica Maranhense de Letras; Atheniense de Letras e Artes (sede em São Luis); Letras de Tutóia. Acrescentemos a essas a Academia Maranhense de Ciências, que foi instalada este ano em solenidade na Academia Maranhense de Letras. São 23 no total, quantidade que torna viável a criação de uma Federação de Academias”.
        E prossegue o Dr. Lino: “Dessa união, deve-se esperar um alargamento do nosso mundo cultural. Posso apontar duas razões, pelo menos, justificadoras dessa afirmativa. Uma, de natureza material. Falo das facilidades que o novo órgão poderá criar na captação de recursos para projetos de toda ordem, direcionados ao fortalecimento de seus filiados. A outra razão é de ordem cultural. A existência da Federação tornará mais fácil o contato e troca de experiências entre as Academias” (Jornal o Estado do Maranhão, de 23/11/2008).
        No dia 28 de novembro deste ano, participei da solenidade de lançamento do projeto de criação da Federação das Academias do Maranhão, oportunidade em que todos os presentes ouviram uma bela peça literária da lavra do Acadêmico Sálvio Dino, versando sobre a história das Academias, desde Platão, às Academias Francesa e Brasileira de Letras até a Maranhense, com enfoque para um dos seus fundadores e que lhe empresta o nome, Antonio Lobo.
       A iniciativa dos maranhenses de aglutinar todas as Academias em uma Federação, sem que percam obviamente suas identidades próprias, é, portanto, por demais alvissareira e me fez recrudescer a idéia que há muito defendo no sentido de que todas as Academias e mais o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, sem sacrifício de suas sedes atuais, reúnam suas atividades científico-culturais, como lançamento de livros, sessões solenes, conferências, realização de cursos etc, em um espaço único, ou seja, um Centro Acadêmico ou “Centro de Convenções da Cultura Maranhense”, dotado de área administrativa, biblioteca, anfiteatro e mais três auditórios, um centro de convivência, incluindo uma área para estacionamento de veículos e que ficaria situado em um dos prédios que estão sendo restaurados no centro histórico de São Luís. Esse prédio sediaria a Federação das Academias e seria administrado por sua Diretoria.
      Espero, portanto, que essa idéia venha a ser incorporada pelas Secretarias Estadual e Municipal de Cultura (a ser criada), que inclusive passaria a ser sua entidade mantenedora, por meio de dotação orçamentária consignada por Lei Estadual, medida cuja efetivação muitos ganhos traria à cultura maranhense.

     • Membro das Academias Maranhense de Medicina, Maranhense de Ciências e Pinheirense de Letras, Artes e Ciências e Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e da Sociedade Brasileira de História da Medicina.

                           Publicado no Jornal O Estado do Maranhão, em 21/12/2008 (Domingo).

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