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09.12.2016

NOTA DE REPÚDIO SINDMED-MA

 

O Sindicato dos Médicos do Estado do Maranhão vem a público repudiar reportagem da revista eletrônica Veja.com - "Erro médico mata mais que câncer no Brasil".

Pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) sugere que as falhas médicas matam mais de duas pessoas a cada três minutos no Brasil. 
Não se discorda dos dados estatísticos apresentados nesse estudo, mas, não se pode aceitar a banalização do termo "erro médico" usado na reportagem para caracterizar todo e qualquer evento adverso.
Para reforçar essa idéia ilustram a matéria com imagem de cirurgiões operando, o que leva o leitor desavisado a crer que o médico é responsável por essas mortes ou sequelas. 
No entanto, o estudo aponta de forma clara e inequívoca erros institucionais - estrutura física inadequada, falta de equipamentos disponíveis para a assistência, não observação do correto dimensionamento do quadro assistencial, descumprimento da legislação sanitária brasileira e a falta de requisitos mínimos necessários para a segurança assistencial.

Essas falhas estruturais, equipes incompletas, superlotação hospitalar e sucateamento das unidades de saúde não podem ser imputadas ao profissional médico. 
Para finalizar, o estudo conclui que a "construção de um sistema de saúde mais rigoroso no Brasil envolve um importante conjunto de ações", tais como: qualificação da rede assistencial e dos profissionais, assim como transparência na gestão para orientar "o cliente" e planos de saúde para uma escolha mais consciente dos serviços, considerando qualidade, custos e desempenho assistencial".

Gestão? Cliente? Planos de Saúde? Percebem que existe algo mais do que um desejo de perfeccionismo no ar?

É evidente que as operadoras da saúde suplementar estão de olho é na fatia do mercado - Sistema Único de Saúde - para implantar os "planos de saúde populares". Aliás, essa proposta já foi feita ao Ministro da Saúde. Só esqueceram de dizer que a conta vai ser paga pelo usuário do SUS.

Usar a mídia para, de forma camuflada, vender uma idéia ou um produto é a tática utilizada por essas empresas para dar vazão aos seus projetos. 
As entidades médicas tem denunciado de forma sistemática esse tipo de situação que coloca em risco o atendimento médico e a segurança do paciente.
É da responsabilidade de todos - conselhos estaduais e municipais, usuários do SUS, representantes do povo e entidades médicas - se inserir nessa luta em prol de uma saúde com qualidade, equidade e eficiência.
Adolfo Paraiso.
Presidente do SINDMED-MA. 

 

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